quarta-feira, 22 de setembro de 2010

I don't know what to do with myself

O que fazer quando nem você mesma consegue diagnosticar um problema? Eu sinto uma melancolia tão profunda que a única vontade que tenho tido nesses últimos dias é me trancar em um quarto escuro, ouvir música triste e chorar...mas chorar muito pra ver se eu limpo de dentro de mim tudo aquilo que anda me corroendo. O problema é que eu não sei exatamente o que me corrói e não saber o que fazer, não ter controle da situação é absolutamente amedrontador para mim.

Hoje eu dei um tiro bem grande em meu próprio pé. Eu sei. Foi meu mecanismo de auto-sabotagem agindo, mas o pior de tudo foi só ter percebido isso depois que o episódio aconteceu. Eu nunca consigo evitar o problema. Sempre me dilacero depois porque permiti que ele acontecesse. Eu sou um verdadeiro monstro comigo mesma. Essa é a mais pura verdade. Já tenho várias tendências depressivas e minhas ações só me trarão conseqüências muito piores do que as que eu já imaginava. Talvez eu tenha posto tudo a perder. Talvez tudo já estivesse perdido mesmo. Para se perder algo, antes devemos ganhá-lo. Eu nunca ganhei.

Eu não sei o que anda acontecendo comigo. Tenho sentido coisas estranhas e minha mente está muito conturbada. Acho que a transição está mexendo demais comigo e levantando medo e coisas que talvez eu ainda não tenha enfrentado. É o medo de ser adulta, de ter que dar conta de toda a minha vida agora, não sei. Acho que isso é boa parte do problema, mas não tenho certeza. Eu não estou bem e já percebo que todos os meus sintomas depressivos estão vindo à tona novamente. Talvez seja hora de procurar ajuda, não só de terapia, mas de um médico, talvez. Me sinto muito, mas muito fraca. Como se alguém fosse relar em mim e eu já fosse despencar. Não sei o que fazer. Não sinto que tenho a quem recorrer. Quem me acodia no passado hoje já não me acode mais e não entende determinadas coisas.

Eu tenho pedido tanto socorro, tanto. Não sei mais o que fazer e eu já fiz tanta besteira nesses últimos tempos que até de Deus tenho me escondido porque acho que Ele não quer mais me ouvir. Eu sei que isso é mentira, mas parece que não consigo crer no contrário. Eu to tão mal e vulnerável que quero me esconder de mim mesma porque sou eu quem trouxe isso tudo pra si própria. Eu é que não consegui controlar meus ímpetos e ocasionei situações ruins e constrangedoras pra mim mesma. Tô me sentindo uma desequilibrada, uma louca – e na verdade tudo o que eu precisava era de um pouco de colo, afeto e compreensão. Será que é tão difícil de conseguir essas coisas hoje em dia? Acho que sim.

Hoje meu colega de trabalho me disse que sempre que ele olha pra mim, tem uma visão triste de minha pessoa, que eu ando sempre muito baixoastral. É verdade. Eu tenho estado completamente apagada, oca, vazia – me sinto uma ridícula que nunca vai conseguir as pequenas coisas que quer da vida. Ô maldito pessimismo. Mas é, eu já sonhei tanto e quebrei tanto a cara que ultimamente só consigo ser melancólica e meu eu depressivo já dominou o pedaço. Não sei o que vai acontecer comigo se eu continuar assim. Vidinha sem sentido essa minha...não, não estou falando em suicídio porque jamais faria uma coisa dessas, mas só não entendo o propósito de eu estar aqui, de eu existir. É uma vida tão sei lá...ai eu me vejo dizendo isso e começo a me punir por ser tão ingrata. Vai entender.

Queria meu vô agora pra me dar colo. Pronto. Falou a palavrinha mágica e eu comecei a chorar...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bigfingers strike again

Aaaaaaai, cala a boca, menina!
Será que é preciso escrever pra você dizer isso a si própria? Você fala demais, faça-me o favor. Sabe o que você faz? Você assusta as pessoas.
Booooooo! Fantasminha...
Se você não se controlar, ficará rodeada por fantasmas, aqueles que irão te assolar a vida inteira.

Você não é normal, Paula, então ao menos tente fingir que é. Ninguém gosta de muita transparência e ai você vai, com os seus dedos que falam mais que a sua língua e fala um monte de coisas que deveria manter em silêncio.

Cresça e aprenda que a vida não é um filme e o príncipe encantado não vai bater na sua porta e você não vai virar uma supermodelo e nem sair voando por penhascos resgatando crianças em perigo.

Humpf!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Alguma coisa acontece em meu coração

Tantas vezes já senti este mesmo exato sentimento. Esta formiguinha fagulhante que parece andar a passos miúdos em cima de meu coração. É pequena demais para causar um grande estrago, mas é grande demais para não ser notada. Assim como tantas outras vezes, parece que dentro de mim eu sei que isso não vai dar em nada, mas a dúvida, neste momento é: será que realmente não vai dar em nada ou será que não quero me desprender desse fio de esperança que, de alguma forma, faz com que eu me sinta mais viva?

Sabe, eu queria tanto que você olhasse pra mim e entendesse que as coisas que lhe digo são sinceras e verdadeiras. Eu não minto e não sou de jogar. Aliás, odeio esses joguinhos baratos de sedução que geralmente só deixam sequelas. Será que você não consegue enxergar o que realmente há em mim? Acho que na verdade você foge porque tem medo de viver uma situação nova. Geralmente temos medo do novo e talvez, para você, seja mais cômodo estar em uma situação em que não seja necessário arriscar-se, tentar, sofrer e acima de tudo, amar de verdade. Isso poderia ser comigo ou com qualquer outra, mas acho que você tem medo.

O que eu faço com todas as imagens que criei em minha mente? É meio que aquela coisa que dizia Drummond sobre a dor de não viver tudo aquilo que gostaríamos de ter vivido. É o cheiro, o tato, o olhar, o abraço, a palavra soprada...é como embalar um sonho invisível. Por que meu coração tem que ser assim, meio torto, acanhado e à moda antiga? Hein? Você vem com sua colherzinha mágica, chacoalha as substâncias dentro do pobre coitado, forma aquele turbilhão e deixa tudo lindo, uniforme e mágico, mas aos poucos a substância vai se decantando e o que antes tinha cor e sabor, vai se desfazendo.

Não quero que as substâncias mágicas que colocou em meu coração decantem. Salve-as!

Sou dona de uma mente inquieta, de olhos que vêem além do visível, de um coração que chora no silêncio da noite, de braços que pedem pelo seu calor e de uma mente que não consegue parar de imaginar o quanto seria bom te fazer feliz. Na pureza de um sonho, na simplicidade de uma palavra, no toque gentil de um dedo, no suave sopro de uma brisa num dia quente de verão...assim se resume a essência daquilo que sinto por você: a etérea leveza de amar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Castelos de areia

Incrível como sinto os sonhos e as ilusões escorrerem pelos vãos de meus dedos. Às vezes tenho a mais profunda sensação de que sou o ser mais instável do planeta. Quando penso que realmente quero uma coisa, a insegurança, alicerçada em meus complexos, parece vir com tudo e rapidamente aquele castelinho construído de areia na beira da praia se desfaz.
Estou me sentindo um caco, como se o inteiro de mim tivesse se despedaçado no chão com uma dura queda. Acho que às vezes sonho tão alto que de repente me deparo com meus cacos no chão e ai só me resta juntar os pedaços. Eu queria calar meus dedos e essa ansiedade que sinto em simplesmente tocar numa migalha. Até quando me alimentarei delas? Acho que no fundo penso não ser digna de ter o pão inteiro. Sei lá!
Até quando será que vai essa fase? Não ter alguém pra compartilhar minha vida é algo com que, de certa forma, já estou acostumada. Se um dia vier, maravilha, mas se não vier, não posso fazer nada a respeito, mas a vida profissional tem que deslanchar porque eu dependo dela pra viver, pra evoluir, pra ser alguém na sociedade.
Hoje me observei no espelho e me senti um nada. Como se fosse ridícula, indigna. Não vou nem entrar nesse tópico porque já cansei de falar dele e parece que a coisa é mais do que redundante. Eu só queria um pouquinho de paz e calma. Um pouquinho de porto seguro, um pouquinho de calor humano para não me sentir tão sozinha. Deus está comigo, é, eu sei, mas às vezes, infelizmente, precisamos dos humanos.
Eu estraguei tudo. Arruinei meu próprio plano. Como é que eu mesma posso me sabotar desse jeito? Agora nem dá pra começar do zero porque vai parecer que usei aquilo como pretexto e o pior é que usei mesmo. Por que eu não consigo simplesmente desligar minha cabeça? Estava tudo tão tranquilo até eu ter um súbito ataque de ansiedade.
Estou tendo aquela sensação de que isso não passou de mais um sonho meu que logo se desfará com o vento. Bem que desta vez eu realmente podia estar errada...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Encontros e desencontros

Um tempo de reflexão muito profunda é o que tenho vivenciado esses dias. As relações humanas são demasiadamente complexas, sendo que mesmo as coisas que podemos tornar simples parecemos complicar. Talvez propositalmente, talvez sem querer.
Às vezes acho que complico as coisas por medo de vivenciá-las e sofrer depois, mas tenho percebido que tenho compreendido melhor alguns aspectos que antes não compreendia e isso tem me trazido para mais perto da fronteira com meu medo. Acho que muito em breve serei capaz de atravessá-la e a partir desse momento, tudo será novo e surpreendente porque tenho que aprender a correr os riscos de viver algo de verdade, intenso, com crises, dores, sorrisos, cumplicidades e aprendizado.
Todo indivíduo tem, dentro de si, um esconderijo onde seus pequenos prazeres, medos, inseguranças e vulnerabilidades se encontram. Dentro de minha cabeça se passam mínimos detalhes daquilo que quero viver. Sonhos, devaneios e desejos - situações que permeiam na derme e entram diretamente na corrente sanguínea, se espalhando pelo meu corpo, fazendo arder em mim tudo aquilo que meu coração teme e almeja. De repente uma batida pulsante se transforma em algo frenético, louco e descontrolado que vezes se acalma e encontra acalento no embalo de palavras que proferem as mais doces melodias para meus ouvidos.
Não vou mais fugir das situações por simples medo. Vou quebrar agora essa corrente medrosa que me ata ao pessimismo e à complexidade de me sentir inferior do que aquilo que realmente sou. Vou agradecer o que estou sentindo agora porque isso faz com que me sinta viva; faz com que eu sinta meu sangue correr pelas veias e meu coração pulsar, palpitante a cada estímulo recebido. Chega de se proteger daquilo que é incerto. Apenas viva o momento e não pense no amanhã, pois o incerto é um mistério que só poderá ser desvendado quando os caminhos tiverem sido percorridos e a última pista tiver sido entregue.

Eu me entrego para mim mesma. Abro meu coração e digo: -viva isso e seja grata por sentir o que sente. Viva o hoje e não pense no amanhã. Sinta-se grata por poder sentir.

Sinto que uma transição muito grande está para acontecer. Quero virar a mesa, derrubar todas as cartas no chão, passar a mão em uma toalha felpuda limpa e dizer: vamos começar um novo jogo, do zero. Agora, dêem as cartas. Um novo baralho, novos jogadores, novas estratégias que poderão me levar à vitória ou a derrota, mas o importante é que ambas trarão aprendizado.
Tenho entrado mais em contato comigo mesma. Acho que estou de fato me tornando mais mulher e deixando a menina de lado. Isso faz parte da transição pela qual estou passando. A menina está abrindo caminho para a mulher desabrochar e acho que as coisas tendem a acontecer meio juntas. Quando uma acontecer, logo virá a outra. As coisas são assim. Parece que uma conquista chama a outra. Quero declarar para o universo que estou pronta para percorrer meu caminho e que as portas podem se abrir porque eu quero passar com a cabeça erguida, sentindo a brisa do vento bater em meus cabelos, exalando no ar aquele cheiro doce de mudança, de crescimento.
O que antes estava estagnado agora irá se mover. Eu declaro que não aceito derrotas, não aceito medos e inseguranças, mas aceito as oportunidades, os aprendizados e os desafios que receberei para aprender a enfrentar meus próprios fantasmas. Abro um sorriso e com passos firmes, sigo adiante porque o que passou já não importa mais. Faz parte de quem sou hoje, mas esta mulher atual é do presente e o presente é uma maravilhosa conquista diária que Deus nos dá.
Eu sou a co-autora de minha vida porque é meu Pai quem a escreve, mas para que Ele faça, eu tenho que querer, tenho que permitir porque Ele é gentil e não faz as coisas à força. Eu quero. Eu posso. Eu sei que sou capaz, por isso, finco meus pés firmes no chão confiante de que estou trilhando o caminho certo e de que meus medos não me impedirão de chegar onde quero: na simples felicidade de amar as pequenas coisas que fazem desta vida algo tão incrivelmente maravilhoso.
Meus sentimentos, minhas percepções, meus sonhos, devaneios e desejos estão soltos, flutuando etéreos na brisa que vem bem de lá do fundo do meu coração. Eu aceito, eu quero, eu posso e eu serei sim, feliz. Muito feliz.

Ouvindo Muse: Time is running out e Sing for absolution